24 de jul. de 2005

Wonka 2.0

Hoje eu fui ver a versão nova do "A Fantástica Fábrica de Chocolate". É mais um trabalho excelente do Sr. Burton, ele manteve o clima de fábula do filme original, mas conseguiu inserir elementos novos bem interessantes, como por exemplo a personalidade de Willy Wonka e dos
oompa-loompas. Além disso, o filme tem um elenco de suporte muito bom, contando com Christopher Lee e Helena Bohan Carter.
A única coisa que me incomodou um pouco foi que eles colocaram uma moral da história no final que não precisava, será que eles não percebem que o filme não precisa ter moral da história para ser bom?


3 comentários:

Roxy disse...

Na verdade, o Tim Burton não acrescentou nada que já não existisse no texto original... A versão de 71 é que tinha coisas de menos. A mesma coisa vale pra "moral da história": é um livro pra crianças, escrito na década de 60, então é claro que tem uma moral, ou tu não sabe que crianças precisam de "moral da história" pra virarem adultos responsáveis e sem traumas? :P

Eu achei o filme muito, muito bom. Mas não melhor que o de 71. Na verdade, eu achei que, onde um foi mais fraco, o outro compensou. São duas visões de uma mesma história que se complementam. E, por mais que eu ame o Danny Elfmann, as músicas do primeiro são mais divertidas...

Cadu Simões disse...

Mas qualquer história possui uma moral incluida na sua camada de discurso, (pois se trata dos próprios valores moral, ético, político e cultural do autor), mesmo que essa moral não esteja explicita como nas obras infantis.
Pois como diz Humberto Eco em a Obra Aberta, todo texto é axiológico (e nesse caso, a palavra texto está se referindo a todo os tipos, e não só ao literário).
E isso também me lembra Joseph Campbell, onde ele diz que as duas funções básicas do mito é explicar o universo ao redor e passar a moral de um grupo social pra frente (ou seja, para as novas gerações). Sendo que o mito se organiza estruturalmente na forma de histórias e fábulas, e a literatura surge exatamente daí, ela acaba ganhando essas funções também (mas no caso ao invés de explicar o mundo ao redor, passa mais a tentar entendê-lo).

franksands disse...

Cadu, acho que me expressei mal. Eu não tenho nada comtra morais de forma geral, apenas acho que nesse particular caso a moral ficou exagerada, e aqueles últimos 20 minutos não eram necessários.