27 de jun. de 2005

Madagascar e a indústria americana

Ontem eu assisti Madagascar, da DreamWorks e é simplemente fantástico. É engraçado, tem ótimos atores, os personagens são ótimos, enfim, vale à pena ir ver. Eu nunca pensei que o Ross pudesse encarnar numa girafa, mas aconteceu, e foi impagável...além do mais, tem o Chris Rock como uma Zebra clubber e o Ben Stiller como um leão estiloso, e eu nem vou falar dos penguins que roubam a cena completamente. Outro fato a favor dele é que ele quebra algumas fórmulas: não tem uma leoa gostosona, ou uma jane para fazer par romântico com Stiller, que eles sempre tentam empurrar, e não teve vilão, não há nenhum ser das trevas querendo destruir o mundo, ou alguém que "era bonzinho" e acaba traindo todo mundo "de repente".

Uma coisa que é engraçada sobre isso tudo é que recentemente eu li uma matéria na Folha dizendo que a indústria de cinema americana está em crise, e que eles não sabem qual o motivo das pessoas irem cada vez menos ao cinema, sendo que os principais suspeitos são o DVD e o custo dos filmes. Bem, eu tenho uma razão muito simples para essa crise: não tem mais histórias interessantes. A Dysney não tem mais clássicos para adocicar e a Fox e a Warner estão ficando sem super-heróis. Honestamente, está chegando por aí uma enxurrada de remakes, das quais eu só tenho esperança para uma. Eles estão caindo no mesmo ciclo dos quadrinhos americanos, escrevendo histórias para os x-men há 40 anos, com todos os personagens que já morreram pelo menos uma vez, e com os vilões que não aguentam mais aparecer para bater em alguém.

Por outro lado, as animações, tanto americanas quanto estrangeiras, tem sido absolutamente inovadoras e sempre com histórias interessantes, aqui e aqui tem ótimos exemplos disso. Talvez pelo fato de ser uam indústria mais nova, e também por ter muito mais liberdade do que o live action, já que as pessoas não possuem implantes cibernéticos ou viram super sayadins com facilidade.

Isso quer dizer que não existem filmes bons? De forma alguma, os que são inovadores, conseguem juntar essa sopa toda e fazer uma coisa boa como x-men, homem-aranha, e mais recentemente batman, que saíram ótimas adaptações dos quadrinhos, respeitando o que já foi escrito, mas sempre colocando tons inovadores. Ou como Robert Rodriguez, por ser completamente fiel a história de Sin City, mas completamente inovador na forma como levou a história para a telona.

Seria um erro também fazer isso uma coisa de "cinema vs. desenho", porque isso não é o importante, o importante é sempre procurar histórias novas e formas novas de contar essas histórias sem se prender em fórmulas antigas e que estão parando de funcionar.

Um comentário:

Kika disse...

O melhor dos desenhos são as referências adultas... li na Arca hoje que enquanto os adultos se racham de rir com as piadas (especialmente na versão em inglês, em português metade delas foram pro ralo), as crianças dão risada mesmo dos trejeitos dos personagens fofinhos.

Fora que em Madagascar a coisa é milimetricamente perfeita... cada sombrinha, cada brilhinho, cada tudo está exatamente no lugar certo... se eu tivesse visto legendado da primeira vez não teria achado só "meia boca" duas semanas atrás.